Page 7 - Jornal Regional
P. 7
23 de outubro de 2023 Jornal Regional 7
E aí?...
Luciano César Teixeira o tempo e com o “cres- que vislumbramos, con- uma pessoa que nos faça perder o
cimento”, nos é determi- seguimos... De repente ar, e em quanto não conseguimos
Redomas de vidros protegem nado no curso natural do nada, ou motivado queremos voltar para aquela redo-
mas não fortalecem, ajudam a es- da vida que ela nos seja pelas nuances da vida, ma “hiperbárica”.
conder mas não nos revela, e vive- retirada, o tempo que das sucessões de confli-
mos assim, sendo visto pelos outros passamos ali nos forta- to dessa novela. Pneuma no Grego, vento,
e escondidos de nós mesmos. leceu para enfrentar a espirito...sopro, voltando a frase dita:
vida, agora de uma for- Ficamos frágeis, te-
Como sentimos falta desta pro- ma diferente, sem o mos agora que lutar com Um segundo pode ser a eterni-
teção instituída pelos outros e não puro oxigênio e somente com as um mundo em que o ar dade, e um olhar de fora pode nos
sabemos que ali estávamos também pressões que o viver nos traz. é rarefeito, descobrimos também trazer a vida e nos tirar o ar, a vida é
à mercê da vida. que são raras as pessoas que nos surpreendente, e nossa psique ain-
Descobrimos que conseguimos fazem perder o ar, descobrimos que da mais...
O que mudava era a sensação de viver fora dali, que estamos aptos, as vezes ficar sem o ar é o que é o
proteção instituída pelo amor pela que somos invencíveis, que o tem- que tem sentido, e vamos vivendo Mas cuidado, a mente...mente.
coisa simples, pelo calçado baixo e po de redoma foi o suficiente para a procura disso, de ficar sem o ar, Somente?
a blusa branca. nos suster até o final de nossos dias mas com a pessoa...
com todos os nossos sonhos reali- Chegamos então em uma dico- Luciano Cesar Teixeira é ituvera-
Essa redoma ou essa câmara hi- zados, aqueles que idealizamos e tomia, necessitamos de repente de vense residente em São Paulo e
perbárica que em momento algum publica seus textos na página
nos fragilizava nos fazia sonhar, com
Todo Causo, no Facebook
Nos bons tempos do Cine Rosário
José Maurício Amendola E servia, assim, o Cine Rosário, como o leitor pode recordar pelas duas fotos, Ditadora. Na foto, estão Orlando Nas-
ponto de passeios, a pé, das garotas o footing e apresentação do teatro cimento, Ivete Vale, Antônio Lopes So-
Quem é do meu tempo e muitos, até bonitas ou não, ali na avenida dr. Soa- amador da Escola de Comércio de Itu- ares, Mirian Silveira, Roberto Mei, José
que não eram e não são do meu tem- res de Oliveira. No trecho de uns du- verava, no ano de 1955 com a peça A Maurício Amendola e Lilian Silveira.
po, irão se lembrar e comentar os tem- zentos metros as garotas andavam de
pos do Cine Rosário em Ituverava. Vou braços dados, sorridentes, pra lá e pra
escrever sobre os irmãos Nunes, que cá, flertando com os rapazes que fica-
não tinham nada a ver com os Nunes vam parados, observando o vai e vem
que existiam e existem até hoje em nos- das garotas. Era o famoso e inesquecí-
sa cidade. A família Nunes, de Ituvera- vel footing. E dessas idas e vindas, olhos
va, é de Ituverava mesmo. nos olhos e sorrisos mútuos muitos ca-
sais se formaram, construíram novas
Já os Nunes, do Cine Rosário, forma- famílias e foram felizes.
vam uma família árabe, e vieram de
outra cidade, talvez de outra região. O O Cine Rosário era, também, o local
fato é que o “seu” Amin e os filhos, Mi- oficial para as festividades de entrega
chel, Dib, Jorge e Bárbara vieram para de diplomas das escolas ituveravenses.
cá e trouxeram com eles a boa ideia de Eu mesmo recebi meu diploma do Gru-
aqui em Ituverava construir e instalar o po Escolar Fabiano Alves de Freitas ali,
saudoso e querido Cine Rosário e, de- no Cine Rosário. E fui o orador oficial
pois, a ZYK-8, a Rádio Cultura de Ituve- da turma.
rava. Eles também tiveram participação
no desenvolvimento do esporte, prin- E como ilustração e lembrança, aqui,
cipalmente no bola-ao-cesto.
Então, não sei dizer, na realidade, de
onde eles vieram.
E como era gostoso o tempo do Cine
Rosário, mesmo porque ali não era ape-
nas o cinema, mas era palco também
de peças de teatro apresentadas por
artistas profissionais de São Paulo de
grandes e famosos artistas da época,
além de cantores como Carlos Galhar-
do, Francisco Alves (o maior nome da
música popular brasileira da época e de
muito tempo), como, também, de artis-
tas do teatro amador de Ituverava.